sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Um novo material: O silício negro.

Olá caros leitores do LeGauss,

Nesse texto escreverei sobre um novo material sobre o qual lí nesse ano e que me despertou bastante interesse.
Creio que devido a suas características poderá revolucionar nossa situação sobre fornecimento de energia.

Como foi descoberto


Esse novo tipo de sílicio foi descoberto quando alguns estudantes de graduação da Havard e seu orientador, Eric Mazur, decidiram tratar uma pastilha de sílicio com lasers de alta intensidade em seu laboratório de física.
Os estudantes e seu professor observavam a natureza de alterações químicas provocadas por um laser quando aplicado a metais como, por exemplo, a platina. Decidiram então realizar um experimento desse tipo com uma pastilha de silício em uma câmera de vácuo com um gás chamado hexafluoreto de enxofre[1] e aplicar sobre o chip pulsos muito rápidos e intensos de laser.
Cada pulso não durava mais que 100 milionésimos de segundo, entretanto sua energia era equivalente a toda luz do sol focada em um espaço de não mais de um centímetro quadrado.
Após mais de 500 pulsos a cor cinza do sílicio tornou-se negra.

Características


A característica que mais chama a atenção nesse material é sua superfície coberta de uma infinidade de picos pontiagudos, o que pode-se chamar de uma "floresta de agulhas".
Mais interessante ainda é o comportamento dessa floresta após incidir-se um raio de luz sobre ela, a luz fica presa entre essas agulhas indo e vindo entre os picos de forma tão intrincada que praticamente não há reflexão de volta.
Daí, o nome do material, silício negro, pois não reflete quase nenhuma luz.[2]

Aplicabilidade


A capacidade desse material de absorver a luz dessa forma despertou o interesse de Dr. Eric Mazur que logo percebeu que um material com tais características seria um grande candidato para ser utilizado na construção de células fotoelétricas, aumentando de forma considerável o rendimento do processo de obtençao de energia.


Bem, fica por aqui o meu texto, espero que gostem
Farewell

Notas

[1] Gás usado pela indústria de semicondutores para fazer marcações no silício para os circuitos.
[2] Se você não entendeu você não merece ler esse blog!
Brincadeira(?), o preto é a cor mais escura do espectro de cores e é caracterizada como a "ausência de luz".




6 comentários:

T disse...

Bem legal o post, esse tal de silicio negro promete ser muito útil para uma futura crise de energia.

Juliana. disse...

Depois de zilhares de professores terem me pedido pra desenhar a estrutura do hexafluoreto de enxofre, finalmente alguém me disse pra q ele serve (não que o google não pudesse, mas eu admito q tb nunca tive curiosidade suficiente pra ir atrás).
Obrigada!

Rodrigo J. Fonseca disse...

Interessante, mas parece ser bem caro de se produzir ("Cada pulso não durava mais que 100 milionésimos de segundo, entretanto sua energia era equivalente a toda luz do sol focada em um espaço de não mais de um centímetro quadrado."). Não creio que esta tecnologia esteja no mercado antes de que essa crise energética chegue.
No entanto, um material que absorve toda a luz parece bem útil aos militares.

T disse...

Sempre pensando em aplicações bélicas... tsc tsc tsc.

Gabriel Martins disse...

Pelo que eu lí a diferença de custo não é muito significante.

"E não há nenhuma mudança no processo de manufatura, disse Mazur, portanto as fábricas atuais de semicondutores podem criar silício negro sem muito esforço adicional ou – o que é mais importante – investimento de dinheiro." [New York Times]

Rodrigo J. Fonseca disse...

Bom, se o custo de produzir o silício negro compensar o ganho de energia nos painéis, eis aí uma tecnologia legal.