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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Dicas para slides em LaTeX

Um Curso de \LaTeX
Edição n. 11

Criar apresentações sempre foi uma questão de inspiração para mim. Com o tempo, aprendi a relaxar um pouco os limites que o LaTeX impõe nesse processo. Seguem algumas dicas que coletei durante minhas experiências com beamer (a classe mais utilizada para slides) e que podem ser úteis de uma forma bem geral. A ideia é aumentar a qualidade gráfica das apresentações e fazer com que o LaTeX não limite sua exposição, mas ajude. Depois de aprender bem, você poderá ouvir comentários como "uhm, nem parece LaTeX". Apenas leve na esportiva.

Antes de começar, um breve resumo do que se segue. Gostaria de apresentar a vocês soluções para (i) dividir seu slide em seções de forma organizada e simples, (ii) uniformizar espaçamento entre cada objeto de seus slides, (iii) escolher temas apropriados e, por fim, (iv) mostrar como criar caixas com qualidade vetorial sem utilizar ferramentas de edição gráfica. Abaixo está um exemplo que posso mostrar do resultado dessas dicas todas.



Use minipages à vontade

Um ambiente muitíssimo útil para dividir seus slides em partes é o minipage, já presente no LaTeX padrão. Ele é razoavelmente pouco explorado, embora não seja tão complicado de se utilizar.

Olhando o slide de exemplo que mostrei, podemos separá-lo em seções quadradas, cada uma delas representando um ambiente minipage novo. Para ilustrar essas divisões, na figura ao lado tracei retas vermelhas para destacar as áreas de cada minipage. Uma vez que você tem o slide "bolado", fazer essas divisões é uma tarefa simples. O que resta é decidir quanto espaço cada região ocupa.

O ambiente minipage funciona criando um tipo de espaço desconexo do resto. Seu único argumento define sua largura (tamanho na horizontal). Dois ambientes minipage seguidos por uma linha em branco estão em linhas diferentes, i.e., o primeiro aparecerá sobre o segundo; se não houver linhas entre os ambientes, eles aparecerão lado a lado caso caibam em uma mesma linha da página. Então, por exemplo, podemos dividir uma parte de seu slide em duas "colunas", podemos usar

\begin{minipage}{0.49\textwidth}

COLUNA 1

\end{minipage}
\begin{minipage}{0.49\textwidth}

COLUNA 2

\end{minipage

Para divisões mais complexas, basta inserir minipages dentro de minipages. Se você achar este método complicado, tente utilizá-lo e você verá que ele é mais fácil do que parece.

Uma sugestão que posso passar neste momento é planejamento: antes de começar a fazer seus slides, planeje-os em uma folha de papel. Só depois programe. Pessoas que seguiram esta ideia conseguiram criar suas apresentações em tempo razoável, comparável - ou até menor - a softwares WYSIWYG.

Padronize seus espaços

Cada item de seu slide deve ter uma separação de acordo com o contexto. Imagens, por exemplo, podem ser separadas por um pequeno espaço entre elas. Para tal, é recomendável utilizar a macro \vspace, cujo único argumento é uma distância. Eu costumo criar um comando chamado usualspace, por exemplo usando

\newcommand{\usualspace}{\vspace{0.3cm}}

Dessa forma, fica padronizado 0.3cm como espaço entre meus objetos. Distâncias maiores são sempre múltiplos desse deslocamento. O valor é uma sugestão pessoal, mas o interessante é você descobrir um valor mágico pra você.


Escolha dos temas

Antes do mais, leia o manual. O Til Tantau, autor do Beamer e de outros projetos (PGF e TikZ também), teve um trabalho imenso de documentar de forma magnífica seus pacotes. Nada mais justo do que doar um pouco de seu tempo para aprender e aproveitar esse material.

Uma das características que modificam mais visivelmente a apresentação é o tema escolhido. Vale lembrar que há combinações entre theme e color theme. Dependendo de suas escolhas, os resultados são bem diferentes. Ao utilizar um tema, você deve ter em mente qual será sua plateia: formalidades exigem temas com informação sobre você e seu grupo, infomalidade exige espaço para aproveitar a explicação.

Para iniciar sua escolha, teste essa matriz de temas em que são mostrados resultados da combinação entre color themes (horizontal) e themes (vertical).

Criando box com aspectos profissionais

Informações principais devem ser colocadas em destaque para garantir que os ouvintes comprem a sua ideia. Uma das formas de conseguir fazer isso é utilizando caixas coloridas e chamativas. Fazer isso no LaTeX não é uma tarefa difícil, mas fazer bem é outra história. A melhor forma que encontrei é utilizando um pacote interessantíssimo e que cada vez mais fará parte de minha rotina.

Trata-se do TikZ/PGF, outra invenção espetacular do Til Tantau. São pacotes que permitem criar figuras no LaTeX com macros bem avançadas. Veja exemplos do que se pode fazer com isso aqui. A ideia é simplificar a criação de fluxogramas, gráficos qualitativos, esquemas de grafos, modelagem, etc. O manual destes pacotes é muito ilustrativo e ensina o leitor resolvendo problemas bem próximos aos que nós encontramos no dia-a-dia.

Vou a seguir dar dois exemplos de como utilizar o TikZ e o PGF para criar essas caixas.

Primeiramente, vamos pensar em colocar referências. Pessoalmente, não consigo entender como pode ser útil adicionar referências em uma apresentação de slides da mesma forma como em livros/artigos: uma lista ao final de tudo. Aquilo não será aproveitado, ninguém vai anotar e as discussões já foram finalizadas há tempos. A forma que adoto é inserir referências em pequenas caixas ao longo da apresentação. Para tal, basta criar uma caixa discreta usando Tikz:

\tikz
{
\node [rectangle, thin, draw=COR, font=\itshape]
{\citacao{Autor e Autor. Nome do Journal, vol:num, ano.} }
}

Geralmente eu uso o \citacao para formatar todas as referências de forma idêntica. A figura abaixo exemplifica o resultado.



De forma diferente, um quadro que exponha uma ideia central deve ser chamativo e ter cores fortes. Suponha então que você quer criar uma frase dentro de um quadro com borda mais forte e com um dégradé. Para tal, basta formatar um pouquinho mais seu quadro e utilizar o PGF.

\tikz
{
\node [rectangle, minimum size=1cm, very thick, draw=COR, top color=COR-TOPO,
bottom color=COR-EMABXIO, font=\itshape]
{ TEXTO PRINCIPAL };
}

No exemplo abaixo, eu utilizei como bottom color a combinação yellow!80!black!30 e como top color a cor branca. A cor da borda foi verde mesmo.

O resto vai de sua imaginação. Por exemplo, uma boa pedida é fazer bordas arredondadas. Para tal, teste o código acima adicionando nas opções do nó rounded corners = 3mm. E que tal se em vez de a borda ser uma linha sólida, colocarmos uma linha tracejada? Basta usar a opção dashed.


Sugestão: você pode criar uma ambiente já pronto pra implementar essas caixas. Que tal? Poste sua ideia.



Últimos comentários

Espero que estas dicas ajudem de qualquer forma. Mais pra frente devo fornecer alguns códigos em conjunto com imagens de seus resultados em apresentações que eu utilizei para ficar mais claro como utilizar as ferramentas sugeridas.

Se tiver dúvidas, sugestões ou quer contribuir com sua experiência, deixe um comentário :)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Detexify²

Uma dica aos que estão procurando por horas justo aquele símbolo legal para usar no seu documento tex: Detexify. Parece ter melhorando bastante, e agora eu consigo fazê-lo reconhecer até minha própria caligrafia. Realmente um ótimo trabalho de Philipp Kühl e Daniel Kirsch.


Funciona da forma mais simples possível: desenhe o símbolo da melhor forma possível (paint-like). Após soltar o clique, ele vai procurar símbolos que se pareçam com o que você desenhou. Todos os possíveis símbolos que baterem com seu desenho vão aparecer ao lado, já com a macro tex respectiva. Veja a figura abaixo para ter uma idéia.



Agradecimentos à Jaciara, que me chamou a atenção para esta ferramenta.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Instalando novas classes de LaTeX

Um Curso de \LaTeX
Edição n. 10

O Institute of Physics (IOP) é uma entidade que visa o entendimento, divulgação e a aplicação da física. Existem também alguns jornais relacionados à IOP que divulgam papers sobre física. Quando um físico quer escrever para um destes jornais, deve utilizar como classe, em seu documento TeX, a IOPART. Esta classe, no entanto, não está presente na maioria das distribuições TeX e, por isso, o usuário deve instalá-la. Este é só um exemplo do que ocorre com diversos outros jornais. Vamos mostrar como instalar uma classe que não está presente na distribuição TeX que você utiliza e, como exemplo, mostraremos como instalar a classe iopart. Este procedimento deve valer para a distribuição TeXlive.

Arquivos de configurações

Existem alguns arquivos que contêm as especificações de cada classe. Estes arquivos têm extensões convenientes para podermos entender para que servem. Quando você precisar instalar manualmente uma classe, procure pelo distribuidor: ele deve fornecer todos os arquivos que você precisará. Com estes arquivos, bastará um procedimento simples para fazer com que o programa tex reconheça a nova classe e compile corretamente seu manuscrito.

Onde colocar os arquivos?

Existe uma pasta em que os arquivos passarão a ser significativos para o seu compilador TeX. A pasta padrão em que a maioria das classes estão é

/usr/local/texlive/texmf-dist/tex/latex/

No entanto, é recomendável não utilizar esta pasta para classes que não venham originalmente em sua distribuição. Isso porque podem haver arquivos com nomes iguais ou mesmo para que você possa trabalhar melhor ao alterar sua distribuição. Usualmente, utiliza-se

/usr/local/texlive/texmf-local/tex/latex/

Utilizaremos esta pasta. Caso ela não exista, basta criá-la:

sudo mkdir /usr/local/texlive/texmf-local/tex/latex/

Naturalmente, precisamos executar este comando como administrador (super usuário), uma vez que estamos alterando pastas fora do domínio dos usuários comuns.

Em alguns casos, pode ser necessário adicionar 2007 ao caminho, i.e.,

/usr/local/texlive/2007/texmf-local/tex/latex/

Para verificar essa necessidade, verifique em que pasta sua distribuição TeX está instalada. Uma maneira extremamente simples de fazer isso é executando

sudo texhash

Este programa atualiza sua distribuição TeX caso novos arquivos tenham sido adicionados manualmente (utilizaremos mais tarde) e, por isso, indicará ao usuário quais as pastas que realmente importam.

E o que fazer com os arquivos?

Basta mover todos os arquivos para a pasta que mostramos anteriormente. Se você tiver uma pasta em que salvou todos os arquivos necessários para a classe, é suficiente usar

sudo cp * /usr/local/texlive/texmf-local/tex/latex/

Caso contrário, utilize

sudo cp -NOME DO ARQUIVO- /usr/local/texlive/texmf-local/tex/latex/

substituindo -NOME DO ARQUIVO- pelo nome de cada arquivo a ser copiado.

Após terminar as cópias de arquivos, você tem que avisar ao TeX que há novas classes e que ele deve preparar-se para usá-las: para isso,

sudo texhash

Feito isso, espere terminar a execução e a classe nova estará pronta para ser utilizada.

Exemplo: IOPART

Como exemplo, mostraremos passo a passo como instalar a classe iopart. Seus arquivos encontram-se reunidos neste endereço. Salve todos estes arquivos em algum local de simples acesso.

No terminal, utilize

sudo cp iop* /usr/local/texlive/texmf-local/tex/latex/
sudo cp set* /usr/local/texlive/texmf-local/tex/latex/

Após isto, execute

sudo texhash

Se a última linha for done, então tudo correu bem e você já pode rodar seu programa.

É isso...

Espero que tenham gostado e, em caso de problemas, postem comentários. Esse tema já havia sido parcialmente discutido em nossa última edição, mas agora tudo deve ficar bem mais claro.

segunda-feira, 9 de março de 2009

O que você acha que a macro \Homer faz?

Um Curso de \LaTeX
Edição n. 9

A resposta verdadeira é nada. Mas existe um pacote, chamado simpsons, que permite a utilização de macros como \Homer e \Bart para adicionar uma caricatura dos personagens dos Simpsons. Os desenhos vêm naquele estilo da primeira temporada deles.

A imagem acima é um exemplo da utilização deste pacote (clique para ampliar). O problema é que o pacote simpsons não vem já instalado nas distribuições de LaTeX mais usadas, MikTeX e teTeX (ou LiveTeX). Como fazer então?!

O interessante deste assunto é que, com ele, abordaremos um problema muito comum e chato: como instalar um pacote manualmente, sem poder utilizar o Package Manager do MikTeX ou qualquer outro repositório que já faça isso por você. Separaremos em duas partes: caso MikTeX e caso teTeX, em que já mostraremos para o LiveTeX.

Supomos então que você já tenha um arquivo de estilo, os arquivos com extensão sty, e de classe, que têm extensão cls.

MikTeX

Como este é o compilador mais usado, vamos começar por este, distribuição do Windows. Tendo em mãos os arquivos sty e cls, faça os seguintes passos:
  1. Abra a pasta C:\tex\localtexmf\ numa janela do windows explorer.
  2. Verifique a existência de uma pasta tex dentro da localtexmf. Se não houver, crie uma com o nome tex.
  3. Cheque se existe uma pasta latex na tex (que você pode ter acabado de criar). Se não, crie uma pasta e a chame de latex.
  4. Copie nessa última os arquivos .cls e .sty.
  5. Abra o menu Iniciar e vá em MikTex/MikTeX configuration (ou MikTeX Options).
  6. Na janela que se abrirá, procure pela tábua General. Clique em Refresh now, provavelmente no quadro chamado em File name database.
Agora, o pacote já deve estar funcionando.

teTeX


Esta é a distribuição mais comum para o Linux, muito embora diversas pessoas prefiram instalar o LiveTeX. Abra o terminal e execute

cd /usr/share/texmf-tetex/tex/latex

Copie os arquivos sty para esta pasta usando permissão de superusuário (ou seja, use sudo cp). Depois de copiar todos os arquivos, execute

sudo mktexlsr

Se não houver nenhuma mensagem de erro, tudo correu bem.

Se você usa LiveTeX, a única diferença é que a pasta em que você deve copiar os arquivos é

/usr/share/texmf-texlive/tex/latex


Pacote Simpsons

Quer agora tentar com o pacote simpsons? Baixe ele aqui. Após fazer a instalação deste pacote, utilize, no preâmbulo, a chamada \usepackage, ou seja, use a macro

\usepackage{simpsons}

Lembre-se, obviamente, de não utilizá-lo em exagero: não prejudique seus trabalhos mais sérios; mas saiba adicionar um humor legauss.

Em caso de dúvidas, mail me.
Boa diversão!

sexta-feira, 6 de março de 2009

Globo e as novas regras ortográficas

Um Curso de \LaTeX
Edição especial

A globo mantem um portal muito legauss na internet, o Portal G1. Assim como diversos jornais (impressos e virtuais), o G1 já adotou as novas regras ortográficas brasileiras, o que pode nos ajudar a nos acostumar às novas regras enquanto lemos sobre o BBB9. E melhor ainda: preparou um pequeno resumo das novas regras!

Infelizmente, o LeGauss ainda não se adequou às novas regras por completo (aliás, há momentos em que percebo que nem às antigas...), e por isso estivemos buscando um guia fácil e rápido para estas regras. Com a ajuda do Prof. Sérgio Nogueira, o G1 fornece um guia muito bom, que pode ser baixado em pdf inclusive, para as regras novas. Basta acessar esta página.

Então, sem desculpas para não adotar as regras!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Detalhes na escrita de equações

Um Curso de \LaTeX
Edição n. 8

Ao escrevermos um texto em que grande parte do conteúdo apresenta símbolos e equações, é muito vantajoso utilizarmos LaTeX. Mas para obtermos um resultado bom, precisamos tomar cuidados preciosos para agradar o leitor. Vamos reunir a seguir algumas dicas para os que estão escrevendo seus relatórios, monografias, dissertações, teses, etc.

Já adianto que este post não é continuação do post da semana passada, por causa do feriado. Semana que vem, continuaremos a série Montando um relatório em LaTeX.

Pontuação nas equações

É um costume ruim não pontuar suas equações, assim como uma surpresa sempre que alguém nota isso: equações fazem parte do texto e devem, portanto, seguir a pontuação. Talvez possa haver gramáticas marginais que indiquem a não utilização, mas não apenas grande parte da boa literatura técnica brasileira como a maior parte da literatura extrangeira utiliza pontuação nas equações.

Por exemplo, podemos citar a equação



usando a pontuação para indicar como a continuação liga-se com a linha seguinte. Podemos também simplesmente finalizar com



Assim como qualquer outra expressão linguística, não é obrigatório o uso da pontuação. Se a equação



deixar claro o sentido que ela tem na frase e a continuação não exigir pontuação nenhuma, não coloque.

Note o primeiro dos posts de LaTeX de nossa coluna (clique aqui): nele a única equação já aparece com a pontuação correta.

Inserindo limites em símbolos de soma, integração e afins

Quando queremos inserir um índice a uma letra, usamos o símbolo "_". Por exemplo,



é gerada com a macro \mathcal{A}_{i,\iota,\vec{k}} (obviamente que dentro de um ambiente matemático, como $$). Quando queremos colocar um índice superior, usamos "^". Ou seja,



é gerado com \mathcal{A}^{\sigma,\tau}_{i,\iota,\vec{k}}. Preste atenção: como vetores e letras gregas podem ser inseridas nos índices.

Agora vamos para o caso em que gostaríamos de inserir os limites de integração numa integral,



Ou o mesmo para uma soma. Não é bem aquele resultado que queremos, né? O que realmente gostaríamos de obter seria



não? O caso não desejado é obtido com \sum_{i=0}^k f(x_i), enquanto que o caso desejado (o segundo) é obtido com algo bem similar.

\sum\limits_{i=0}^k f(x_i)

A macro \limits caracteriza essa indicação de limites. Funciona também para a integral

que pode ser obtida com a seguinte macro.

\int\limits_a^b f(x) dx

Esta macro, \limits, também deve ser usada com a macro \lim, que representa um limite,



A seta é daa pela macro \to e o símbolo de infinito, pela macro \infty.

Sugestão de exercícios

Que tal três equações para você tentar escrever em LaTeX? Elas são facinhas e você deve conseguir sem grandes problemas. Caso haja algum, escreva um comentário com sua dúvida.




segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Montando um relatório com LaTeX - parte 1

Um Curso de \LaTeX
Edição n. 7

Este é o primeiro de uma série (ao fim, provavelmente 4 artigos) que pretende mostrar como montar um relatório técnico, seja para uma instituição de auxilio à pesquisa, seja para uma empresa ou seja um relatório interno em algum grupo. Nos focaremos à formatação do relatório, porque a primeira dificuldade encontrada por usuários novos de LaTeX é a customização: não pode ficar óbvio que o documento foi feito em LaTeX, mas sim que foi feito com profissionalidade. Esta tarefa, que não é tão simples quanto parece, é que vamos explorar.

Nesta edição, definir alguns conceitos iniciantes sobre LaTeX, nivelar nossos conhecimentos e ensinar como criar um projeto usando editores dedicados a LaTeX (Linux/Windows). Por fim, introduziremos a idéia da próxima edição: um relatório LeGauss. Reforçando, nosso objetivo é conseguir aprender a construir relatórios, não artigos. No entanto, no próximo episódio mostraremos como um relatório pode ser escrito usando classes usuais em artigos.

Para quem está começando há pouco LaTeX

Para os que estão começando há pouco tempo é interessante escrever algo introdutório. Vamos fazer isso rapidamente.

Chamamos de preâmbulo de nosso código arquivo fonte toda a região que precede a macro [0]

\begin{document}

O preâmbulo é uma parte importante da fonte porque é nele em que definimos quais pacotes vamos utilizar, como queremos a formatação da página e, em alguns casos, até o cabeçalho do documento. Também é no preâmbulo que criamos atalhos e ambientes novos.

A classe do documento define globalmente a formatação do documento. Exemplo: tamanho de página, tamanho de letra, margens, tipo da fonte, etc. Todos os parâmetros podem (e serão) editados ao gosto do usuário. As classes mais comuns são article, book e report. Também são muito utilizadas as classes revtex4, amsclass, sciposter e beamer. Estas duas últimas citadas constroem, respectivamente, pôsteres e apresentações de slides [1].

Para inserir figuras, o meio mais simples é criá-las utilizando a extensão ps, embora também seja possível utilizar formatos como pdf ou gif. No entanto, terceira parte desta série, mostraremos como criar figuras utilizando um pacote muito interessante: pstricks. Nesta mesma parte, mostraremos como criar gráficos detalhados usando o software livre gnuplot.

Ambientes em LaTeX são regiões delimitadas por duas macros, \begin{A} e \end{A}, que fornece alguma propriedade diferente ou delimitação especial para seu interior. Por exemplo, para inserir uma equação numerada, usamos o ambiente equation. Ao dizermos isso, queremos dizer que a equação f = ma deve ser inserida no arquivo fonte da seguinte forma:

\begin{equation}
f = m a
\end{equation}

Neste caso, a equação está sob influência do ambiente equation. Figuras e tabelas também são inseridas dentro de ambientes, usualmente.

A formatação de um relatório

Não há qualquer padrão global que defina como um relatório deva ser escrito. E é por isso que os parâmetros das classes podem ser modificados. O importante é ter sempre isto em mente: verifique bem como deve ser escrito seu relatório. Ao verificar, preste aenção aos seguintes tópicos:
  • tamanho e tipo de fonte;
  • margens (direita, esquerda, topo, rodapé);
  • número de páginas;
  • formato da capa;
  • formato da bibliografia
Anote todas as exigências a que o documento será submetido. Aos poucos, mostraremos como definir cada um destes parâmetros. Quando não houver especificações à vista, verifique relatórios de seus colegas para verificar qual o melhor jeito de montá-lo. Seguindo esta série, você poderá ver alguns exemplos que disponibilizaremos para download gratuito (incluindo código fonte). Assim, você poderá escolher aquelas dicas que melhor se aplicam ao seu caso.

Começando pelo preâmbulo

Um preâmbulo bem escrito é a base para um documento legauss. Como já adiantamos, é importante carregarmos todos os pacotes que vamos precisar, assim especificar detalhes de formatação. Segue um exemplo de preâmbulo.

\documentclass[a4paper,11pt,portuguese,pra,superscriptaddress,nobalancelastpage,subeqn,nofootinbib]{abnt}

\usepackage[brazil]{babel}
\usepackage{amsmath,amssymb}
\usepackage{makeidx}
\usepackage{amsfonts}
\usepackage{wrapfig}
\usepackage[num]{abntcite}
\usepackage[ansinew]{inputenc}
\usepackage[usenames,dvipsnames]{pstricks}
\usepackage{epsfig}
\usepackage{pst-grad} % For gradients
\usepackage{pst-plot} % For axes
\usepackage[colorlinks,pagebackref,hyperindex]{hyperref}
\usepackage{subfigure}

%--- Something ----
\setlength{\textwidth}{6in}
\setlength{\textheight}{9in}
\setlength{\topmargin}{0in}
\setlength{\oddsidemargin}{0in}
\setlength{\evensidemargin}{0in}
%\setcounter{totalnumber}{20} \voffset=-1.75cm \hoffset=-0.50cm

% --- Theorem like environments ----
\newtheorem{theorem}{Teorema}
\newtheorem{definition}{Definição}
\newtheorem{example}{Exemplo}
\newtheorem{exerc}{Exercício}
\newtheorem{res}{Resolução do exercício}
\newtheorem{lemma}{Lemma}
\newtheorem{prop}{Proposição}
\newtheorem{law}{Regra}

% --- Definindo a numeração --- .
\numberwithin{equation}{section}
\numberwithin{definition}{chapter}
\numberwithin{prop}{chapter}
\numberwithin{theorem}{chapter}
\numberwithin{exerc}{chapter}
\numberwithin{res}{chapter}

\newcommand{\op}[1]{\mathbf #1 }
\newcommand{\dket}[1]{\left| #1 \right)}
\newcommand{\dbra}[1]{\left( #1 \right|}
\newcommand{\dbraket}[2]{\left( #1 \right|\left. #2 \right)}
\newcommand{\dbraketm}[3]{\left( #1 \right| #2 \left| #3 \right)}
\newcommand{\ket}[1]{\left| #1 \, \right\rangle}
\newcommand{\bra}[1]{\left\langle \, #1 \right.\mid}
\newcommand{\braket}[2]{\langle \, #1 \mid #2 \, \rangle}
\newcommand{\braketm}[3]{\langle \, #1 \mid #2 \mid #3 \, \rangle}
\newcommand{\pinterno}[2]{\left( #1 , #2 \right)}
\newcommand{\comut}[2]{\left[ #1 , #2 \right]} % THE COMUTATOR
\newcommand{\seitz}[2]{\left\{ \, #1 \mid #2 \, \right\}}
\newcommand{\rep}{\emph{rep} }
\newcommand{\irep}{\emph{irrep} }
\newcommand{\ordem}[1]{\mid G \mid}
\newcommand{\espgroup}[1]{\mathbb #1 }
\newcommand{\argu}[1]{\left( #1 \right)}

% Caso seja necessário alterar a notação vetorial, alterar aqui!
\newcommand{\vet}[1]{\mathbf #1 }%{\vec #1 }

\newcommand{\planewave}[1]{e^{i \left( #1 \right)}}
\newcommand{\planewavem}[1]{e^{-i \left( #1 \right)}}
\newcommand{\planewavm}[1]{ \exp \left(-i \, #1 \, \right)}
\newcommand{\planewav}[1]{ \exp \left(i \, #1 \, \right)}
\newcommand{\opw}{\emph{OPW}}

\newenvironment{demo}{%
\endsloppypar\noindent\bgroup\small{\bf{Demonstração:} }}
{\samepage\null\hfill$\diamond$\endsloppypar\egroup}

\hypersetup{colorlinks,%
citecolor=blue,%
linkcolor=black,%
urlcolor=black,%
}

\makeindex

%--------------------------------------------------------
\begin{document}


Neste caso apresentado, já temos diversas configurações feitas, como margens e atalhos. Explicaremos mais tarde com detalhes como essas configurações são feitas e você acabará esta série com um preâmbulo próprio para seu uso.

Criando seus projetos

Como relatórios costumam ser grandes, é muito comum utilizarmos diversos arquivos tex, separados, por exemplo, por capítulo ou assunto. Para trabalhar melhor com a grande quantidade de arquivos, existem editores dedicados ao LaTeX que unem informações organizadamente. Vamos sugerir a utilização de dois editores: Kile para usuários de linux e TeXnicCenter para usuários de Windows. Ambos são programas gratuitos.

Vamos explicar com detalhes como criar e usar um projeto no Kile. Logo em seguida, comentamos como fazer o mesmo com o TeXnicCenter. Clique nas figuras para ampliá-las.


Primeiramente, abra o Kile sem começar a criar seu arquivo fonte. Selecione no topo Project e clique em New project...


Preencha os campos. É bastante útil salvar todo o projeto em alguma pasta nova, separada dos demais documentos. Por isso, forneça o caminho para a pasta no campo Project file.

O nome do arquivo tex principal não precisa conter .tex: nesse caso, o Kile adiciona automaticamente. Escolha também o nome do projeto e o nome do arquivo do projeto (continue vendo para entender melhor). Clique em ok.

Após estes passos, verifique a pasta onde o projeto foi salvo. Deve haver um arquivo tex com o título fornecido como arquivo principal, assim como um arquivo com extensão kilepr. Este arquivo armazenará toda a informação relevante sobre o projeto e seus arquivos. Para abrir o projeto e carregar estas informações, abra com o Kile este arquivo .kilepr. Na aba em ênfase do Kile na figura acima, são mostrados todos os arquivos que pertencem ao projeto, já evidenciando sua hierarquia (quem está incluso em quem).

Uma das características que faz com que a utilização de projetos com o Kile (e o TeXnicCenter) seja tão vantajosa está no fato de a compilação de qualquer um dos arquivos pertencentes ao projeto fazer com que o projeto todo seja compilado. Isso não ocorre quando usamos arquivos LaTeX separados em diferentes .tex, é necessário sempre compilar o arquivo principal. Mas com projetos, não: qualquer arquivo do projeto "compila" o projeto todo.

Para fechar o projeto, vá em Project e selecione Close project. Para adicionar um novo arquivo ao projeto, vá em Project e selecione Add to project.

Rapidamente, no caso de utilizarmos TeXnicCenter (a melhor opção para usuários de Windows) é tudo muito similar. Por isso, mesmo nesse caso sugiro a leitura da descrição para o Kile dada acima. No TeXnicCenter também existe um arquivo projeto, que armazena toda a informação do projeto. Também ao se utilizar um projeto, a compilação de qualquer arquivo do projeto acarreta na compilação global. Para criar um projeto, vá em File e selecione New project. Caso você queira utilizar BibTeX [2], marque a opção bibtex. O mesmo vale pro makeIndex. Forneça o nome e a lozalicação para o projeto. Mais uma vez, sugere-se a utilização de uma pasta própria para o projeto. Se for necessário (peça via comentário), coloco aqui alguns screenshots destes passos para o TeXnicCenter.

Independementemente do programa, para inserirmos um arquivo tex externo usamos a macro \input{}, em que o argumento apenas carrega apenas o nome sem extensão do arquivo tex externo. Assim, basta adicionarmos ao arquivo principal do projeto os arquivos subordinamos usando esta macro.

E que saída eu tenho do LaTeX?!

Há duas formas de criarmos um documento, e estas formas são caracterizadas pelo processador de textos utilizado em sua confecção: há os processadores W.Y.S.I.W.Y.G [3], que são aqueles em que você o constroi e, simultaneamente, verifica o resultado (Microsoft Office, BrOffice, Open Office, Lotus Symphony, etc), e há os processadores em que o resultado só é visto após todo o trabalho (ou após compilar parte do documento). O LaTeX funciona da segunda forma: você compila um código escrito em um (ou mais) arquivos tex e obtém o resultado final. Todos os outros processadores citados podem obter o mesmo que o LaTeX obtém, portanto trata-se, em grande parte, de uma escolha de personalidade.

Vamos começar efetivamente!

Meu chefe, o Tiago, pediu um relatório completo sobre como andam as visitas do LeGauss. Ele me deu uma semana para entregar um relatório parcial. Então, que tal montarmos um relatório sobre como andam as postagens e as visitas no LeGauss? Assim, semana que vem mostro pra vocês como ficou e como construi. A discussão apresentada nesta primeira parte será muito importante para montarmos esse relatório e já na próxima parte seremos capazes de montar um relatório com formatações padronizadas.

Pronto para começar? Leia o próximo da série.


Notas de rodapé:
  • [0] É comum nos referirmos aos comandos de LaTeX como macros.
  • [1] Futuramente, trataremos dessas classes, em especial a sciposter para ajudar aqueles que enfrentam a rotina de apresentar-se em workshops ou congressos.
  • [2] Ensinaremos no último dos artigos como utilizar o BibTeX.
  • [3] What You See Is What You Get, o que você vê é o que você obtem.

Updates:
  1. Sem alterações até o momento.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Acentuação correta para LaTeX

Um Curso de \LaTeX
Este é um dos mais úteis pacotes para nós, que utilizamos acentos. Americanos, por exemplo, apenas digitam o texto normalmente. Mas nós, outros sulamericanos e europeus precisam de acentos. Para tal, a regra geral é bem simples: basta inserir
\*{}

Onde apresentamos o caracter * deve-se colocar o acento desejado. Por exemplo, caráter fica car\´{a}ter.

No entanto, existe uma maneira BEM mais fácil de utilizar os acentos: um pacote que pode ser incluído para tornar a acentuação no texto do arquivo TeX seja compreendida corretamente pelo compilador. Para carregar este pacote, basta adicionar ao preâmbulo de seu arquivo TeX o macro
\usepackage{inputenc}

Relembrando. O preâmbulo é uma porção do arquivo TeX, é tudo aquilo que fica antes da macro
\begin{document}

Usualmente, os pacotes são carregados logo depois da macro
\documentclass


Adicione propriamente o pacote babel com a opção brazil ou portuguese e tudo deverá estar funcionando. Usando o teTeX e o MikTeX nada deve precisar ser instalado. Mas para o caso de acontecer algo, procure nos respectivos repositórios. Por exemplo, no MikTeX basta abrir o MikTeX Package Manager, localizado no Iniciar | Programas | MikTeX | MikTeX Package Manager. Ali, basta selecionar os pacotes necessários baixá-lo.

Notas de rodapé...
Vamos utilizar um programa para colorir a sintaxe dos códigos que apresentarmos aqui a partir do próximo artigo. Provavelmente ainda esta semana teremos as macros apresentadas neste artigo colorida.

Notas da coluna
Esta coluna, Um Curso de \LaTeX, será continuada toda segunda, às 6h, com dicas úteis para os utilizadores. Alguns artigos serão pequenos, como este, mas alguns serão mais longos e mais apresentarão maiores especificações. Ajude-nos a melhorar esta coluna comentando o que você acha que pode ser modificado e sugerindo tópicos.

Obrigado pela visita.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

ABNTeX: mudando o nome da seção bibliografia

Já falamos aqui sobre o ABNTeX, lembra? Trata-se de um pacote que pode ser facilmente instalado em sistemas como Windows/Linux/Mac (detalhes sobre a instalação nas distribuições teTeX e MikTeX podem ser encontradas neste artigo) para escrever documentos segundo as normas da ABNT. Existe, no entanto, um problema que vem trazendo um pouco de dor de cabeça a usuários não tão familiarizados com o LaTeX: modificar o nome da seção de referências bibliográficas.

Voltando ao post original, O ABNTeX trata basicamente de combinar as normas da ABNT com a funcionalidade do LaTeX.
A Associaçao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é a associação que dita as normas que devem ser seguidas por documentos ditos técnicos, tais como dissertações, teses e monografias. (...) Para facilitar então a rotina de construir um documento LaTeX já nas normas da ABNT, um grupo lançou o pacote ABNTeX (...).

Para escrevermos dissertações, teses e monografias somos submetidos a outras normas: as normas locais, pertencentes à instituição que abriga o trabalho. No IFSC, por exemplo, exige-se que a seção com as referências bibliográficas seja nomeada Referências. Por padrão, o ABNTeX a chama de Referências Bibliográficas. Como a classe abnt é bem parecida com a report, deveria funcionar utilizarmos a seguinte macro

\renewcommand{\bibname}{Referências}

Esta macro deve ser inserida no preâmbulo. Para os que não usam o pacote inputenc,

\renewcommand{\bibname}{Refer\^{e}ncias}

No entanto isto não gera efeito nenhum. Nenhum erro é apontado, nem nada: o nome da seção continua sendo Referências bibliográficas. Usando macro para classes tipo book,

\renewcommand{\refname}{Referências}

Mas também não ocorre nada além de um belo erro: veremos a seguir que o padrão pra classe abnt é a macro \bibname.

Há uma última maneira, nada recomendável, que com certeza funciona: alterar um dos arquivos de definições da classe abnt. Como não tenho a instalação do MikTeX aqui comigo, vou passar como deve ser feito em linux (não deve depender de distribuição) [1]. Se você usa MikTeX, continue lendo.

Procure o arquivo abntex-text-pt_BR.def, que deve estar localizado na pasta

/usr/share/texmf/tex/latex/abntex/

Neste arquivo, algumas definições são feitas e dentre elas está o nome da seção de bibliografia. Edite este arquivo como super usuário, ou seja,

sudo emacs abntex-text-pt_BR.def

Após fornecer sua senha de administrador, procure pela linha em que está a seguinte macro.

\providecommand{\ABNTbibliographyname}{\bibname}

Deve ter mais coisas escritas nessa linha, mas ignore. Substitua essa linha por

\providecommand{\ABNTbibliographyname}{Refer\^{e}ncias}

Isso funciona. Mas definitivamente não é a melhor opção.

Para usuários MikTeX, basta localizar o mesmo arquivo em seu sistema e alterar a mesma linha. Feito isso, será necessário atualizar o MikTeX sobre essas mudanças. Para isso, vá em Iniciar/Programas/MikTeX e abra o MikTeX Options. Na primeira das abas, clique no botão Refresh Now.

Originalmente, \providecommand{\ABNTbibliographyname}{\bibname} significa que a macro \bibname deveria alterar o nome da seção. Mas isso não está funcionando. Por isso, estamos deixando fixo o nome da seção como Referências. Seria muito chato ter que alterar este arquivo toda vez que o nome da seção for diferente, mas o que me parece é que trata-se de um bug ainda não resolvido. Se alguém tiver alguma informação adicional, por favor divida conosco.

Nota

[1] Arquivos com extensão cls, def e sty, dentro de ambintes TeX, são arquivos de configuração que independem de plataforma.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Instalação do ABNTeX em Windows/Linux

Em resposta a Um tutorial para instalar e começar a usar o LaTeX, do Tiago com h cortado.

A Associaçao Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é a associação que dita as normas que devem ser seguidas por documentos ditos técnicos, tais como dissertações, teses e monografias. Quando estamos escrevendo muitos destes documentos, precisamos utilizar LaTeX para construir as fórmulas matemáticas. Para facilitar então a rotina de construir um documento LaTeX já nas normas da ABNT, um grupo lançou o pacote ABNTeX que já traz todas as definições pertinentes. Retirado do site deles:
Existem normas demais, regras demais, burocracias demais e maior parte disso é inútil. Mas cada vez mais todas essas coisas ocupam o nosso precioso tempo afastando-nos de atividades mais interessantes e criativas.
Vamos falar um pouco sobre a instalação deste pacote nos sistemas Windows e Ubuntu. Ao final, mostraremos como é fácil utilizá-lo em seus docuemtnos.

Prérequisitos do sistema

Para pode usar o ABNTeX é necessário ter o LaTeX instalado. Para Windows, o MikTeX é o mais usado. Para Unix, Linux e Mac, o mais usado é o teTeX [1].

Além do LaTeX em si, verifique se o pacote setspace.sty está instalado. Em sistemas Unix/Linux, os programas se encarregam de instalar as dependências pelo usuário, mas esta é uma efetiva possível fonte de erros. No caso do Windows, ensinaremos como instalar este pacote adicional também.

Instalação no Linux

Como na maioria das vezes, a instalação no linux é bem simples. Vamos apresnetar a instalação no Ubuntu/Debian. Para Connectiva/Suse, basta procurar pelos respectivos RPM (separados aqui).

É possível instalar todo o ambiente TeX de uma vez só, e já conseguir ter o ABNTeX junto. Abra o terminal e use o comando

sudo apt-get install abntex

Após fornecida a senha (por causa do sudo) e aceitos alguns pacotes extras, todo LaTeX estará instalado. Se você já tiver o LaTeX instalado em seu sistema, o pacote ABNTeX estará pronto para uso.

Instalação no Windows

Também não será nada complicado instalar o ABNTeX no Windows. A seguir, vamos apresentar um modo que só deve funcionar nas versões mais recentes do MikTeX (versão 2.4 ou maior).

No menu Iniciar/Programas/MikTeX, procure por um programa chamado MikTeX Package Manager. Este programa lista todos os pacotes disponíveis para instalação. Procure o pacote setspace.sty [2]. Encontrado o pacote, verifique se existe uma data no campo "Installed on". Se o campo não estiver vazio, significa que esta é a data de instalação do pacote; ergo, o pacote já está instalado.

Encontre a pasta em que o MikTeX instalou seus arquivos. A pasta padrão varia com as versões do MikTeX, podera ser C:\texmf, C:\Arquivos de Programas\texmf ou outra qualquer. Para não ficar perdido, é mais saudável simples procurar pelos arquivos latex.exe ou report.cls. No que segue, chamaremos esta pasta de C:\texmf.

Vá até a página de download ABNTeX e baixe o arquivo abntex-<versão>.zip e o descompacte em uma pasta temporária. Entre nesta pasta temporária. Dentro dela, deve haer uma pasta de nome bntex-<versão>/texmf. Copie todo o conteúdo desta e cole sobre o conteúdo da pasta C:\texmf. Feito isso, será necessário atualizar o MikTeX destas mudanças. Para isso, vá em Iniciar/Programas/MikTeX e abra o MikTeX Options. Na primeira das abas, clique nos botões Refresh Now.

Utilização do ABNTeX

Supondo já instalado, o ABNTeX estará pronto para ser chamado. Na verdade, trata-se de uma classe de documento. Portanto, em vez de book ou report ou qualquer outra classe que esteja sendo usada, basta utilizar a classe abntex. Por exemplo, no preâmbulo,

\documentclass[--opt--]{abntex}

Após compilar, já ficam óbvias as mudanças. Em geral, não há problemas em simplesmente trocar a classe de documento porque o ABNTeX reconhece a maior parte dos ambientes que são utilizado nas outras classes [3]. No entanto, tem sempre aquele erro chato que pode acabar aparecendo: não deixe para mudar o estilo da sua dissertação de mestrado em cima da hora.

Finalizando as discussões

Como em qualquer escolha por estilo, há aqueles que não gostam do resultado. O ABNTeX também pode receber algumas modificações, como o padrão para referências bibliográficas, tamanhos de fontes, etc. Uma das reclamações que ouço com mais frequência é quanto à separação entre as linhas: acham muito grande. Isto torna o texto desnecessariamente mais longo. Convenhamos: o documento sim fica mais longo, e é um comprimento virtual; mesmo assim, seria interessante diminuir este espaçamento às vezes desnecessário.

As notas de rodapé:
  • [1] Já vem como versão padrão nas distribuições do Ubuntu, via Synaptics. No Conectiva Linux o teTeX costuma ficar no segundo CD.
  • [2] Para procurar qualquer pacote de forma rápida, use a busca localizada acima da listagem dos pacotes.
  • [3] A menos de classes específicas, como o Revtex. Ou seja, não adianta querer usar o ambiente widetext no ABNTeX, o que não seria ruim.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Uma ferramenta acadêmica quase perfeita: LyX

Há algum tempo, em conversa com o professor dr. Reginaldo Napolitano (usual professor de Eletromagnetismo na graduação do IFSC), tive contato com o editor Lyx para geração de documentos ao estilo mas que não exige conhecimento quase nenhum a linguagem . O editor transforma automaticamente todos os símbolos matemáticos em fórmulas 2D [0].

Como sugestão do professor, passei a testar este editor como um caderno de notas em meu computador. Sempre que eu estudava com algum colega meu e eu estava com meu computador, eu usava o Lyx para tomar minhas notas, assim como resolver exercícios (veja a imagem ao lado) [1]. Quando estamos estudando em grupo, fica complicado repassar notas e dúvidas via e-mail sem a ajuda de . Como os documentos editados em Lyx podem ser convertidos em PDF ou PS (assim como qualquer outro documento ) basta enviar para os colegas do grupo de estudo. Se no grupo mais de uma pessoa utilizar o Lyx, também há a possibilidade de trocar os arquivos .lyx, reconhecidos pelo programa, para facilitar a edição [1].


A imagem acima mostra a solução do primeiro exercício do Ashcroft-Mermim, Solid State Physics, capítulo 1 (clique na imagem para ampliá-la). Este documento foi inteirinho escrito enquanto estudava com um colega às vésperas para a prova de Estado Sólido. O que posso dizer é que simplesmente quase nem sentimos o fato de estarmos teclando, e não escrevendo o que raciocinávamos.

O modo de inserção de texto é bem simples: basta digitar. As seções e capítulos podem ser facilmente manipulados em menus presentes no canto superior esquerdo do programa. Para inserir algo no modo matemático, é possível simplesmente usar o atalho ctrl+m. Para adicionar uma equação (pula a linha e centraliza), pode-se utilizar o atalho ctrl+shift+m. Entre outros detalhes, a construção de um caderno eletrônico ficam bem simples.

E para os que usam Ubuntu, é bem fácil de instalar o LyX: entre no terminal e digitar

sudo apt-get install lyx

Após aceitar a inclusão de alguns pacotes, o lyx deverá estar instalado. Para usuários do Windows, basta usar este tutorial.

Anexado a este post, disponibilizo um arquivo Lyx em conjunto com os arquivos PS e o PDF gerados. É a solução do primeiro exercício do Ashcroft-Mermim, Solid State Physics, capítulo 1.

Anexos:
Versão Lyx
Versão PS
Versão
Versão PDF

Post scriptum:

[0] Emprestando a linguagem do Maple.
[1] Se bem utilizado, pode realmento salvar muito tempo.

Atualização. Após a publicação, adicionei também uma breve explicação de como instalar o LyX no Ubuntu e Windows.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Um Curso de \LaTeX - Uma apostila escrita de um estudante para...

O nome Um Curso de \LaTeX já sugere algo: trata-se de um texto que escrevo há algum tempo sobre , um conjunto de macros que podem ser processados otimizadamente pelo processador de textos [1]. Estes macros e o processador são extensamente utilizados para a produção de textos que utilizam muitas fórmulas matemáticas ou exijam formatações rígidas.

A apostila e materiais correlatos estão disponíveis aqui.

Para os que ainda não conhecem , aqui vai o primeiro comando: \LaTeX. Ao compilar, esse comando gera uma saída: . Este é a grafia considerada correta quando queremos nos referir a este software.

Mais sobre o texto

O texto que desenvolvo traz informações suficientemente detalhadas para qualquer aluno de graduação conseguir escrever seus relatórios, abusando de cores e imagens à vontade. Assim como toda linguagem de programação, pagamos a facilidade que obteremos no futuro com o cansaço na época de aprendizagem. Portanto, é natural que no começo seus relatórios demorem uma ou duas horas a mais para acabar do que de costume.

Infelizmente, eu não trabalho apenas para conseguir terminar esta apostila. Este é um trabalho paralelo meu. Esta apostila está no estágio atual desde o início de 2007, de quando venho alterando muitos poucos detalhes. Pretendo neste ano recomeçar alterá-la mais, tanto quanto surgirem leitores.

Outra informação importante é que este texto está sub os termos da Licença Pública Geral da GNU, versão 3. Isso significa que o código fonte também deverá estar disponibilizado para download, para que qualquer um possa também alterar e/ou redistribuir, lembrando de citar o autor. [2]

Vamos comparar MsWord com o ?

Não.

Materiais sobre

Estou tentando manter aqui um repositório com todo o material de que escrevi nos últimos anos. Nesta página, também será possível encontrar a versão mais atualizada da apostila no momento. Além disso, em breve disponibilizarei exemplos de arquvios para criação de artigos, relatórios, teses, dissertações e até posteres, usando como padrão as regras chatas do SIICUSP.

Concluindo

Gostaria de terminar este post relembrando que não há um porquê de termos preconceitos contra softwares como os da Microsoft Office. Utilizá-los, quando devidamente pagos, não traz prejuízos a ninguém. Mas posso, sem medo, deixar um testemunho: após adquirir um mínimo de experiência com , nem mesmo para escrever cartas eu uso outro programa.

Notas:
  • [1] Sugiro fortemente a leitura do link sobre Processadores de Texto para que não haja confusões.
  • [2] Você usa a GPL para a alguma coisa? Comente!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Vamos brincar com ?

Alguém aí sabe me dizer qual o valor de

para quaisquer valores de ?

Não se preocupe se você não souber responder: apenas leia este artigo para se informar. Mas gostaria de chamar a atenção a outro detalhe: existem maneiras alternativas ao MathML ou ao mimetex para inserirmos equações em nossos posts. No que segue, daremos conselhos específicos para usuários do blogspot.

Para fazer isto, usamos o CodeCogs, que abriga um software que gera imagens automaticamente das equações assim que requisitado. No site, podemos criar equações de forma livre e verificar como elas ficam na hora, obtendo como resultado uma figura. É possível copiarmos a figura e adicionarmos em um post.

Há outro jeito um pouco mais esperto. Toda imagem é gerada usando um truquezinho. A integral pode ser gerada gerada com a tag

<img src="http://www.codecogs.com/eq.latex?\int x dx" />

Note que é a tag que indica uma imagem endereçada ao CodeCogs, terminando com a expresão em da equação que desejamos exibir. De forma geral, basta utilizar

<img src="http://www.codecogs.com/eq.latex?--CÓDIGO LATEX--" />

Não é necessário editar em modo html, basta inserir o código. Se a imagem não aparecer, mude para a edição html e volte imediatamente para o modo texto (denominado Escrever).

No caso de outros serviços de blog, como a WordPress, também é possível usar o serviço. Não há diferenças, basta inserir o código html de uma imagem endereçada como mostramos acima.

Detalhes:

É extremamente importante tomar cuidado com o css de seu blog antes de brincar com essas coisas. As equações são imagens, e portanto estas imagens podem ter customizações ruins no css. Em nosso caso, utilizamos a seguinte customização para alinhar melhor as imagens ao texto:

.post img {
margin-top:0;
margin-$endSide:0;
margin-bottom: -3px;
margin-$startSide: 0;
padding:0px;
border:0px solid $borderColor;
}

Esta não é a customização padrão do blogspot.