segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Incríveis Passatempos Matemáticos - Divulgação

Você conhece Ian Stewart? Se você estuda matemática, é provavel que já tenha ouvido falar dele. Além dos livros com conteúdos específicos para universitários em matemática (Análise Complexa, Teoria de Galois, etc.), Stewart é autor de diversos livros de divulgação matemática.

A editora Zahar acaba de trazer mais um destes livros para o Brasil: Incríveis Passatempos Matemáticos.

Uma grande dose de jogos, charadas e histórias tiradas da coleção particular do professor Ian Stewart. O leitor encontrará informações e curiosidades divertidas que não se aprende na escola. Os desafios são entremeados com figuras explicativas, fatos sobre a história da matemática, anedotas sobre cientistas e perguntas sobre os grandes problemas matemáticos do presente, passado e futuro.

A maior prova, contudo, é o autor mesmo quem vence, ao tornar agradáveis e interessantes temas que já nos assustaram (e muito!) em sala de aula. A nova diversão produzida por Stewart é capaz de esclarecer, distrair e abrir horizontes – tanto para os habituados com o assunto quanto para os novatos.

. Descubra!
. Como os códigos são criados e como decifrá-los?
. Por que os gatos sempre caem de pé?
. Por que não conseguimos pentear uma bola cabeluda?
. Os efeitos do aquecimento global são mesmo catastróficos?

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Segue uma pequena entrevista com Stewart sobre este livro:

O senhor é famoso por disseminar e popularizar a matemática com jogos divertidos. Como o senhor criou esse estilo de escrever e ensinar matemática ou a matéria para o senhor sempre foi algo muito divertido?
Eu comecei a me dar conta de que a matemática podia ser muito divertida, assim como também uma matéria escolar, quando eu tinha 13 ou 14 anos. Eu era bom em matemática e podia fazer os trabalhos de casa e passar nos exames, mas até essa idade eu não tinha um conhecimento mais amplo de como a matemática é, e certamente não tinha conhecimento da existência de jogos de matemática e outros aspectos recreativos. Então, eu comecei a ler a coluna mensal de Martin Gardner, Mathematical Games, na revista Scientifc American, e isso me inspirou a procurar mais material desse tipo. Eu tinha alguns amigos que se sentiam da mesma forma e nós pegávamos um trem para Londres (duas horas de viagem) para comprar livros de matemática.
Meu professor de escola, Gordon Radford, sempre me inspirou, ao ensinar horas extras de matemática para um grupo nosso, fora do currículo usual. Como um universitário, eu editei Eureka, a revista de matemática da sociedade de matemática da universidade de Cambridge. Depois, como estudante de doutorado na universidade Warwick fui um dos editores da Manifold, uma revista de matemática dos estudantes. Então, eu escrevi alguns livros sobre o lado divertido da matemática, fui chamado para escrever uma coluna regular para o Pour La Science (a edição francesa da Scientific American), depois, para a própria Scientific American... e tudo cresceu de forma natural, por sua própria iniciativa.

O senhor cria esses problemas matemáticos diariamente, como parte da rotina, escrevendo depois em cadernos de anotações?
Na minha adolescência eu mantinha uma série de cadernos de anotações – seis deles eu ainda tenho – então eu comecei a organizar o material em pastas e fichários e, em seguida, em armários com gavetas. Nos dias de hoje eu ainda guardo coisas no computador. Eu continuo colecionando matemática divertida e escrevo sobre isso. Eu diria que cerca de um terço dos meus livros nos últimos 20 anos têm sido sobre o lado divertido da matemática. Meu editor sugeriu coletar parte desse material e reunir em um livro, que se tornou o Professor Stewarts Cabinet of Mathematical Curiosities. Esse entrou para a lista de best-sellers em janeiro de 2009. Então, escrevi mais um volume nessa linha. Um terceiro livro para a série já está planejado. Desde então, publico também Cows in the Maze, com a Oxford University Press, que é uma coleção com algumas das minhas colunas para a revista a Scientific American.

O senhor acredita que a matemática pode ser uma espécie de contos de fadas, que você lê para os seus filhos diariamente, como algo divertido e educativo? O senhor fez isso com seus filhos?
Eu conheço algumas pessoas que fazem isso, porque eles me dizem que usam meus livros com esse propósito. E alguns dizem que seus filhos pegam os livros e não querem mais devolver. Nós costumávamos ler muito para os nosso dois filhos, mas permanecíamos na ficção (Dr Seusss Cat in the Hat foi o favorito, minha mulher e eu ainda conseguimos recitar o livro inteiro, palavra por palavra). Não pretendia forçar a matemática para eles, se eles não quisessem! Um se tornou um programador de computador, então, ele usa muita matemática. O outro vende carros usados (cerca de 50 mil carros a cada ano). Ele trabalha para a Peugeot e vende todas as frotas de carros usados que as companhias usam por um ano.
Se mais pessoas mostrassem aos seus filhos o lado divertido da matemática, acredito que uma parcela muito maior ia gostar da matéria na escola.
Para saber um pouco mais sobre o lançamento, acesse o site da própria editora (de onde tirei a sinopse e a entrevista). Lá você também pode encontrar um sumário e um trecho do prefácio.

Por que estou fazendo isso? Ora, porque eu gosto muito de livros de divulgação e acho que uma editora que já trouxe diversos livros muito bons como O Andar do Bêbado, por exemplo, merece um pouco de credibilidade. Confesso que ainda não tive a oportunidade de ler este novo livro do Stewart, mas conheço outros livros na mesma linha deste mesmo autor e todos são muito bons.

May the math be with you.







4 comentários:

Gabriel Martins disse...

Livros de divulgação, além de serem muito divertidos, fazem uma coisa muito boa que é... divulgar! hehe
Infelizmente escolas costumam destruir a visão das pessoas em relação à matemática.

Anônimo disse...

Você já leu?pensei em dar de presente para uma amiga que não é matemática...
abraço e até março,
Luciane.

T disse...

Olá! Acho que a pergunta foi pro Gabriel, mas vou tentar responder.

Eu não li o livro inteiro, apenas li algumas curiosidades aleatoriamente. Eu, particularmente, achei bem legal. Mas minha opinião não deve contar muito pois eu sou suspeito para falar desse assunto.

Depende muito dos gostos da sua amiga. Por exemplo, se ela não é matemática mas faz algo da vida que envolve matemática (ex. engenharia, economia, etc) imagino que ela irá gostar. Mas também existem pessoas que não trabalham com matemática porém acham interessante.

Enfim, dar presente é uma coisa difícil, todos sabemos. Como você conhece sua amiga melhor do que eu, acho que seria legal se você pudesse ir a uma livraria e dar uma folheada no livro. Tem vários outros livros no mesmo estilo (divulgação) que têm enfoques diferentes. Só para citar um exemplo, um dos livros mais vendidos nessa categoria é O Andar do Bêbado, que é muito legal também, mas trata de assuntos completamente diferentes.

Anônimo disse...

obrigada Tiago!